terça-feira, 19 de junho de 2012

o peso da escravidão

relato do cônsul inglês james henderson sobre o desembarque de escravos no rio de janeiro:

 "os navios negreiros que chegam ao brasil apresentam um retrato terrível das misérias humanas. o convés é abarrotado por criaturas, apertadas umas às outras tanto quanto possível. suas faces melancólicas e seus corpos nus e esquálidos são o suficiente para encher de horror qualquer pessoa não habituada a esse tipo de cena. muitos deles, enquanto caminham dos navios até os depósitos onde ficarão expostos para a venda, mais se parecem com esqueletos ambulantes, em especial as crianças. a pele, que de tão frágil parece ser incapaz de manter os ossos juntos, é coberta por uma doença repulsiva, que os portugueses chamam de sarna".

 "os escravos a bordo dos navios negreiros eram considerados uma carga como outra qualquer. um exemplo. no dia 6 de setembro de 1781, o navio inglês zong, de liverpool, saiu da áfrica rumo à jamaica com excesso de escravos a bordo. em 29 de novembro, no meio do atlântico, sessenta negros já haviam morrido por doenças, falta de água e comida. 'acorrentados aos pares, perna direita com perna esquerda e mão direita com mão esquerda, cada escravo tinha menos espaço do que um homem dentro de um caixão', escreveu f. o. shyllon, autor de black slaves in britain. temendo perder toda a carga antes de chegar ao destino, o capitão luke collingwood decidiu jogar ao mar todos os escravos doentes ou desnutridos. ao longo de três dias, 133 negros foram atirados da amurada, vivos. só um conseguiu escapar e subir novamente a bordo."

laurentino gomes, em 1808.

sábado, 26 de maio de 2012

poema de gregório de matos

NECESSIDADES FORÇOSAS DA NATUREZA HUMANA.


Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma Freira, que me desentupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas Ihe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei, por quem ma vaze toda Europa?
Amigo. quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da sua mão sua cachopa.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

as obras na antiga região portuária do rio: projeto porto maravilha


"O Cais do Valongo foi mais que um porto de chegada de escravos. Era ali que negros africanos eram comercializados, vendidos. Sua existência já estava registrada em documentos oficiais, mas apenas em 2011, foi possível escavar e descobrir novas informações sobre a cultura escravista do país. O Campus mostra o trabalho realizado por arqueólogos na região portuária."

segunda-feira, 7 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

arde papi!

meu set na festa arde papi!



madonna - i'm addicted
grum - power
c+c music factory - just a touch of love
azari & iii - reckless (with your love)
cece peniston - finally
queen - another one bites the dust
billy ocean - caribbean queen
pet shop boys - what have i done to deserve this
erasure - love to hate you
yazoo - don't go
the human league - don't you want me
madonna - lucky star

domingo, 29 de abril de 2012

carta do imperador d. pedro i à marquesa de santos

"nhá titília,

desejando eu que, quando mecê apareça publicamente, apareças bem vestida, e decente: aí lhe mando essa peça de touquinha, mais renda, para que as mande fazer em um vestido com guarnições brancas na última moda, e como mecê o não saberá fazer, bom, será bom que boaventura a leve à casa da modista madame josefine, para que ela lhe tome a medida, e saia uma obra boa. espero que isto faça para se apresentar na glória enervando todas que lá aparecerem.

para esse dia já terei as ametistas postas em bom adereço completo que fica obra digna de quem a dá, e de quem a recebe.

aceite os protestos de estima
deste seu amante
o fogo foguinho"

(do livro titília e o demonão, de paulo rezzutti)


colar da marquesa de santos, formado por quatorze ametistas engastadas em ouro, tendo ao centro um camafeu de concha com o busto de d. pedro i. foi presente do imperador a d. domitila de castro canto e melo, marquesa de santos. (museu imperial de petrópolis)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

caravaggio


ragazzo con canestro di frutta



alfred stevens

 la boule de verre


 pleasant letter


preparing for the ball


zeus e ganimedes



carolina josefa leopoldina de habsburgo



maria leopoldina: arquiduquesa da áustria; princesa real do reino unido de portugal, brasil e algarves; duquesa de bragança; imperatriz do brasil.

figura importantíssima na independência do brasil, seja estimulando e apoiando seu marido, o príncipe d. pedro i, seja buscando, por meio de cartas, o reconhecimento da jovem nação perante as monarquias européias. encarou com muita determinação e coragem o papel que lhe coube, tendo sido muito admirada pelos brasileiros na época.

a imperatriz era muito culta, falava vários idiomas (como era comum entre membros das casas reais) e tinha muitos interesses: além de estudar línguas, apreciava as artes, a botânica e a zoologia. na comitiva que a trouxe ao brasil, estavam muitos artistas e intelectuais, como os botânicos Martius e Spix e o naturalista Emanuel Pohl.

morreu jovem, aos 29 anos, e seus restos mortais estão depositados na capela imperial do museu do ipiranga, em são paulo.